O que é o Transtorno do Estresse Pós-Traumático?
Muitas pessoas são afetadas de maneira duradoura quando algo terrível acontece. Então, quando vivemos situações emocionalmente intensas, parece que não importa quanto tempo se passou, nós somos capazes de lembrar todos os detalhes. As vezes, uma foto, uma música, um cheiro que nos lembre um momento marcante, pode despertar as mesmas sensações vividas naquele dia. Você sabe o que é o transtorno do estresse pós-traumático?
O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade, caracterizado por um conjunto de sintomas e sinais físicos, psíquicos e emocionais, em decorrência do portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros.
Caracterizando o Transtorno do Estresse Pós-traumático
As memórias afetivas têm um papel muito importante no desenvolvimento humano, e as emoções regulam nosso processos de aprendizagem. Então, as pesquisas têm mostrado que as informações acompanhadas de estímulos afetivos tendem a ser gravadas com mais força em nossa memória.
Infelizmente, as memórias negativas podem ser ainda mais marcantes. Isso acontece porque temos hormônios liberados quando estamos estressados, como, por exemplo, o cortisol. Eles ajudam a aumentar a consolidação dessas memórias. E elas podem, inclusive, apagar lembranças antigas e, por isso, algumas pessoas, quando vivem situações extremas, podem desenvolver o transtorno do estresse pós-traumático.
Causas do Transtorno do Estresse Pós-traumático
Após uma experiência traumática, a mente e o corpo ficam em estado de choque, mas quando a pessoa entende o que aconteceu e processa as emoções, ela, geralmente, consegue sair da situação. Todavia, com o transtorno do estresse pós-traumático, a pessoa permanece nesse estado de choque psicológico. Então, a memória do que aconteceu e os sentimentos sobre o assunto, estão desconectados. Para seguir em frente é importante enfrentar, sentir as lembranças e as emoções.
Aproximadamente, entre 15 a 20% das pessoas que de alguma forma estiveram envolvidas em qualquer experiência avassaladora e, possivelmente, fatal, como: violência urbana, agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, sequestro, acidente, guerra, catástrofes naturais ou provocadas, ou mesmo uma doença grave, como o COVID, desenvolvem esse tipo de transtorno.
Sintomas
A maioria só vai procurar ajuda dois anos depois das primeiras crises. Os sintomas podem se manifestar em qualquer faixa de idade e levar de meses a anos para aparecer. Mas, são duas as características principais e centrais do TEPT. O primeiro: o evento traumático. Ou seja, é necessário a exposição a um evento que envolva a ocorrência ou ameaça consistente de morte, ou ferimento grave, para mim ou para outro.
Talvez não aconteceu com você, mas você testemunhou um evento que aconteceu com alguém, como: ver alguém sendo assaltado, sofrendo acidente, ou soube da história que aconteceu com algum familiar ou amigo próximo. Além disso, se você for também um socorrista de acidente grave, ou se você for um policial ou assistente social que está exposto a detalhes de um abuso infantil. Mas, de qualquer forma, você precisa ter esse evento, e isso associado a uma resposta intensa de medo, desamparo ou horror.
Outro ponto é uma tríade psicológica. Então, em resposta a esse evento você desenvolve três dimensões de sintomas.
Reexperimentar o evento traumático
É como se a pessoa pudesse reviver aquela situação, como se a situação estivesse acontecendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressante provocou. Apresentando pensamentos recorrentes intrusivos, ou seja, eles entram sem que você queira, eles são involuntários e te remetem à lembrança do trauma. Além disso, pode sofrer flashbacks, que são memórias muito reais do trauma, pode ter pesadelos.
Esquiva/ evitar os estímulos associados ao trauma
A esquiva corresponde a uma tentativa desesperada de evitar contato com tudo que relembra o trauma. Então, classicamente, a pessoa vai evitar falar, pensar, ir em lugares associados ao trauma, a pessoa foge de qualquer situação que lembre o trauma, podendo ser uma objeto, um lugar ou uma pessoa.
Hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora
São sensações físicas, como: taquicardia, sudorese, tontura, dor de cabeça, dificuldade para dormir e se concentrar, irritação, hipervigilância. Isso pode acontecer quando a pessoa menos espera, ou quando ela se depara com algum estímulo relacionado ao episódio. Por isso, ela fica em um estado permanente de vigília, sempre em alerta. Ou seja, são pessoas que se assustam com facilidade.
Entretanto, além dessa tríade, acontecem também alterações negativas na cognição e no humor, levando a uma alteração duradoura da personalidade daquela pessoa. Então, na parte cognitiva dos pensamentos, a pessoa pode apresentar uma incapacidade de lembrar de algum aspecto do evento. Além disso, ela passa a desenvolver crenças negativas persistentes sobre si mesma ou sobre o mundo. Então, muitas vezes o indivíduo passa a se culpar ou culpar os outros.
Buscar ajuda especializada é fundamental. Se não tratado, a gravidade do transtorno do estresse pós-traumático crônico, vai trazer sérios prejuízos para as pessoas.
Fonte: TEPT
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