Saúde Cardiovascular da Mulher: Prevenção de Doenças Cardíacas e AVC
Saúde Cardiovascular da Mulher: Prevenção de Doenças Cardíacas e AVC.
Por ocasião do Dia Internacional da Mulher (8 de março) reiteramos a importância dos cuidados preventivos e da atenção com os riscos relativos às doenças cardiovasculares, que são causas crescentes de mortes no universo da população feminina. Neste segmento, em 2017, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o total de óbitos por Acidente Vascular Cerebral (50 mil) equiparou-se ao dos homens. Quanto aos infartos, tiraram a vida de 45 mil mulheres. Mas, quais são as causas desse aumento?
Nos últimos anos, a mulher vem ocupando grande espaço no mercado de trabalho, o que a leva à uma dupla ou tripla jornada de trabalho, considerando a sua atenção também com as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos. Além disso, elas estão cada vez mais expostas a fatores de risco, como o uso de anticoncepcionais, tabagismo, álcool, diabetes e hipertensão, o que tradicionalmente não era comum.
É necessário que se faça uma avaliação tão abrangente na mulher quanto é feita no homem, porque quando a doença está presente no organismo feminino, ela tem características de gravidade maior e, inclusive, maiores riscos de óbito.
Dentre os fatores de risco de doenças cardiovasculares na mulher, estão a hipertensão, sedentarismo, colesterol alto, alimentação irregular, obesidade, estresse, tabagismo, alcoolismo e diabetes. Além disso, realizar exames periódicos, evitar o excesso de sal e álcool, praticar atividades físicas e cuidar de sua saúde emocional são dicas importantes para que a mulher tenha uma vida mais saudável e com menores chances de sofrer um infarto ou AVC.
A Doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morbi-mortalidade nas mulheres do mundo. No Brasil o Infarto Agudo do Miocardio (IAM) representa a principal causa da mortalidade. Dados do ministério da saúde mostram que o IAM em mulheres mata três vezes mais do que o câncer de Mama.
Os fatores de risco tradicionais para DCV são as condições que aumentam o risco de surgimento das DCV e são usados para identificar os indivíduos com maior risco de desenvolver as doenças. – São divididos em MUTÁVEIS e IMUTÁVEIS. Os imutáveis são aqueles que não podemos mudar e por isso não podemos tratá-los: idade, sexo, raça e hereditariedade (tendência familiar).
A maior parte das DCV resulta de um estilo de vida inapropriado e dos FR mutáveis, isto é, aqueles que podemos mudar e são os principais:
Tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, obesidade, dislipidemias (aumento do colesterol e ou de triglicérides), estresse. A adoção de um estilo de vida saudável, muitas vezes já é suficiente para o controle de muitos FR e se necessário o uso de medicamentos deve ser utilizado sob a orientação e acompanhamento médico.
Os fatores de risco tradicionais apresentam prevalência e peso diferente nas mulheres. Há maior prevalência de obesidade e sedentarismo, e as mulheres tabagistas e diabéticas tem risco maior em comparação com os homens. Os fatores de risco específicos do sexo: complicações na gestação: pré-eclampsia, eclampsia e DM (Diabetes Melitus) gestacional, estão associados com o aumento do risco cardiovascular assim como a menopausa e menopausa precoce.
O status pós menopausa é fator de risco para DCV e nesta fase também há aumento dos fatores de risco tradicionais. As doenças reumatológicas mais prevalentes no sexo feminino também são fatores de risco cardiovascular. A depressão e outros fatores psicossociais tem papel importante na DCV da mulher e peso maior do que nos homens.
Ressalta-se também o fato das mulheres estarem sob um estresse maior e por mais tempo, devido ao excesso das atividades, acúmulo de tarefas, ao se dividir entre o trabalho, cuidados com os filhos e afazeres domésticos. Esta dupla e a até triplas jornadas de atividades alem de elevarem o estresse dificulta a pratica de atividades físicas, e induz a adoção de maus hábitos alimentares, mais tabagismo e uso de álcool.
Importante também destacar que a apresentação clinica dos sintomas do infarto no sexo feminino são em muitos casos diferentes da clássica dor no peito, irradiação para as costas, pescoço e membros superiores, mais comum no sexo masculino. Nas mulheres os sintomas são mais genéricos e não típicos, portanto de diagnostico mais difícil tais como: cansaço, fadiga, dores difusas no tórax e mandíbula.
Essa forma de apresentação clínica freqüentemente retarda o reconhecimento problema e conseqüentemente do inicio do tratamento, o que é fator essencial para se obter melhor recuperação clínica.
Há necessidade de uma maior conscientização das mulheres sobre a DCV, suas formas de apresentação clínica e prevenção, com ênfase no bom controle dos fatores de risco, tanto nas mais jovens e especialmente após a menopausa.
Veja Também: Receitas Fáceis e Deliciosas: Deixando Seu Dia-a-Dia Muito Mais Saboroso